Até agora só tenho falado sobre como tenho lidado com as minhas mudanças físicas, o corpo diminuindo e tudo mais, porém hoje preciso compartilhar com vocês a jornada de mudanças psicológicas que tive, afinal não são poucas e são muito difíceis de suportar.
Minha cabeça nunca aceitou bem o meu corpo, embora eu me mostrasse segura para os outros, por dentro eu não gostava de mim, neste processo todo de mudança, passei por várias fases que comentarei aqui com detalhes.
Quem é essa?
Eu me olhava no espelho e só conseguia pensar isso, “quem é essa menina?” não sabia quem via, se era eu ou uma janela pra qualquer outra pessoa, era uma menina feia, obesa, que não se importava com a sua auto estima e não tinha interesse nenhum em mudar, ela simplesmente existia e sobrevivia.
Eu não gosto de mim
Quando finalmente percebi que aquela menina era eu, passei a não gostar de mim, sentir vergonha de quem era, não queria sair na rua, ou tirar fotos. A minha vontade era somente de dormir.
É o que tem pra hoje
Resolvi aceitar a posição de gorda, tentar me “cuidar” daquela forma, comecei a me maquiar e dizer para o mundo que era completamente feliz assim, grande mentira… grande mentira…
Eu não gosto mesmo, preciso mudar
Descobri que não queria mais ficar como estava, precisava mudar, sair da minha zona de conforto e fazer alguns sacrifícios para conseguir me libertar e ser diferente.
Nada muda
Embora as pessoas ao meu redor comentassem as minhas mudanças, eu não conseguia enxergar, olhava no espelho e me sentia exatamente igual à Ana Maria Obesa, nada mudava, eu ficava desmotivada e pensando em desistir.
Está ainda pior!
Infelizmente nem tudo tem voltado ao lugar com a perda de peso e coisas que eu não queria que diminuíssem, diminuiram e muito! Traduzindo… Meus braços perderam gordura, porém não diminuíram, a minha impressão é que ainda são gordos e desproporcionais ao resto do corpo. Meus seios simplesmente não existem mais e isso para uma ex gorda é muito difícil, pois toda gorda tem orgulho de ter peitão (afinal seios são na sua grande parte gordura), e por isso abusa dos decotes. É como se fosse um restinho de auto estima que a gente tem.
Isso me deixou muito desanimada e com mais vontade ainda de desistir. Espera! Algo está acontecendo!
Comecei a me sentir mais confortável nas apertadíssimas poltronas de avião, que agora não eram mais apertadas, percebi que minha barriga e minhas costas já não têm mais dobras, roupas M femininas agora servem e não sinto mais dor ao ficar com sapatos de salto alto.
Ok… algo está acontecendo. Feminina? Eu?
Com esta maior aceitação de mim mesma, comecei a me descobrir como mulher e me sentir confortável com a ideia de ser feminina. Eu tinha grande rejeição ao mundo feminino, não gostava de vestidos, maquiagens. Brincos? Nem pensar! Mas com essa mudança de corpo estou mudando a minha cabeça e tendo menos preconceito com as coisas.
O que antes eu considerava futilidade, agora considero parte de mim e não me sinto culpada por isso. Ainda não chegamos lá, mas sim, eu me amo!
Não posso dizer que estou satisfeita com o meu corpo atual, ainda não considero o projeto concluído, porém estou me sentindo muito feliz com quem sou agora. Fui pra praia e usei biquini sem precisar ter vergonha ou me esconder. Me sinto feliz quando me olho no espelho e mais feliz ainda com a pessoa que estou me tornando, passei a ser mais confiante e agora posso dizer que minha auto estima está subindo, aos poucos, mas constantemente.
De fato, o melhor assunto que vi sobre esse assunto até o momento. Meus parabéns! O artigo saiu ótimo. Depois visite o meu blog. Abraço!