Você vai na academia, faz musculação, aula de spinning, cardiofit, running class, funcional, nada, pedala ou corre ou tudo isso, mas aquele tão sonhado resultado tarda e não chega. E pior é que entra verão, chega inverno, e você fica a se perguntar até onde vai tamanha fonte inacabável de suor jorrado a cada dia.
Muitos acordam cedo e se arrumam para correr, outros organizam as coisas para ir à academia ou por fim alguns preferem deixar suas atividades para depois da labuta. Cada um com uma história e cada história com seus personagens – quase todos um dia já compartilharam alguma experiência frustrada devido à falta de conhecimento, foco ou parceria adequada. Alguns especialistas afirmam que 30 minutos de exercício diário garante uma melhor qualidade de vida. E por que eu malhando 3 vezes na semana e correndo 10 km em média não conseguia me livrar daquela barriga e adquirir um desenvolvimento considerável nas provas de corrida da minha cidade? Bem, essa resposta é bem simples, mas levou mais tempo para ser construída que o tempo que eu passei pensando que estava me dedicando de fato ao esporte. Faltou conhecimento, foco e acompanhamento, diante de muita vontade. Para muitos malhar é ir à academia, comer bem é corta carboidratos e para ser um bom corredor basta calçar o tênis e sair pelas ruas de sua cidade, assim como tantos outros mitos do imaginário “fit coletivo”.
“Como um ano e meio focado pode valer mais que quatro anos suados? Opa, aqui começa meu relato pessoal, minha história.”
Passei 4 anos correndo e malhando sem acompanhamento adequado, principalmente no que diz respeito à alimentação. Marcava de ir à academia com amigos, conversava por 5 minutos a cada série de 10 repetições, baixava planilhas prontas de corrida, arrochava mais por ser ariano e saía correndo. Ufa, tive sorte. O resultado não veio, mas pelo menos não herdei uma lesão.
Início de 2014 tudo mudou. Depois de participar da minha primeira corrida trail, no Mountain Do Lagoa da Conceição, fiquei completamente viciado em correr, quando resolvi buscar uma assessoria para orientar meus treinos.
Além disso, me instiguei e comprei livros sobre fisiologia e anatomia da corrida e me inspirei nos relatos do neozelandês Sir Murray Halter – herói que venceu os 5 mil metros dos jogos Olímpicos com o membro superior atrofiado devido a um acidente esportivo no passado – e também na história dos deuses da montanha – os Tarahumaras. Na assessoria de corrida pude me aprofundar no esporte com os ensinamentos do coach, percebi a relevância dos educativos e dos treinos funcionais, passei a entender o planejamento de um treino contínuo, fartlek, regenerativo e o principal, a importância de todos eles.
Associado a isso, o estímulo era natural e consequentemente comecei a malhar em uma academia bem estruturada por indicação dos treinadores que tive, mudei o horário para evitar tanta conversa, busquei acompanhamento nutricional para equilibrar minha alimentação, me casei com uma atleta que me inspira e motiva, e em um tempo bem inferior ao que acreditava ser possível, participei da minha primeira ultramaratona Em resumo, estou a menos de 2 anos de fato construindo um sonho, que só poderia ser solidificado com boas e grandes parcerias, além de toda vontade que já existia.
Agradeço à todos profissionais que diretamente ou indiretamente contribuíram com meus treinos, aos grandes autores que me enriqueceram e possibilitaram filtrar minhas fontes, aos parceiros que acreditaram em mim e principalmente ao grandioso destino que pôs minha esposa atleta em meu caminho. Hoje não tenho dúvidas de que para se evoluir no esporte a parceria entre nossos sonhos, conhecimento e estrutura é fundamental para que haja equilíbrio desde os treinos de domingo até os planos mais intensos de vida. Bons treinos!!
Conteúdo elaborado por Marcos Souza, designer e corredor em quase todas as horas vagas. É nosso parceiro na unidade de Manaus e comanda, junto de sua esposa, o @coupleinmotion, perfil no instagram que nos motiva e inspira corredores de todo Brasil.